Resenha | Memórias de Ellie White

Olá, leitores! Como vocês estão? Espero que estejam todos bem! Hoje é dia de resenha, e o livro resenhado de hoje é “Memórias de Ellie White”, publicado pela editora Selo Jovem, de Daniel Almeida. 

Ano: 2015

Páginas: 240

Editora: Selo Jovem

Sinopse: Ellie White é apenas mais uma adolescente normal no mundo, que vive uma vida monótona e tediosa. Mas após sofrer um acidente e ficar com graves lesões que poderão ocasionar em sua morte ou perda total e/ou parcial de sua memória, conhece Tyler O’brien e os dois começam um relacionamento. Repleta de dúvidas e incertezas pede dicas para sua melhor amiga, Elizabeth, de como deveria aproveitar seus últimos dias, dicas que ela não usa, por achar que não se aplica aos seus costumes.

No entanto, Ellie começa a ter uma vida diferente por causa do seu relacionamento com Tyler, ela conhece novos lugares e passa por experiências magníficas que a fazem esquecer-se de seus problemas, mas as lesões ainda estão no interior do seu crânio. Sem um futuro definido, Ellie decide registrar todos os seus momentos felizes ao lado de Tyler, e somente o destino poderá definir o final dessa história.

“Memórias de Ellie White” é um romance (sick lit) do jovem autor Daniel Almeida. A protagonista e narradora é Ellie White, uma garota de poucas amizades, que vive uma vida monótona. A adolescente tem uma doença visual e a qualquer momento pode alcançar a cegueira total, isso formenta no relacionamento super protetor de sua mãe.

A rotina e a vida de Ellie se transformaram após ela sofrer um acidente, em qual ela sofreu lesões cerebrais que podem ocasionar na perda parcial ou total de sua memória ou resultar, até mesmo, em sua morte. Quando a garota se vê sem nada para fazer, pede ajudar a sua melhor amiga, Elizabeh, para criar uma lista de “coisas para fazer antes de morrer”. Mas ao conhecer Tyler O’Brien, ela não precisará de lista nenhuma, pois esse relacionamento lhe trará novas sensações e experiências.

O casal temia o que aconteceria caso Ellie perdesse a memória e não se lembrasse do amor que eles cultivaram juntos. Enquanto o tempo passa, sem que nenhum infortúnio aconteça, Tyler e Ellie se tornam cada vez mais íntimos e apaixonados. A garota registrava cada momento vivenciado em uma câmera Polaroid, presente de seu namorado. A mãe de Ellie mudou, pois voltou a acreditar no amor e no poder dele em uma vida.

“São nossas dúvidas que nos fazem correr atrás de nossas respostas, e o caminho pelo qual percorremos é conhecido como ações, nossas vidas são como um vasto caminho inesperado, um caminho escuro e apertado, não podemos ver o que possui lá no fim, não no ponto de inicio, não tão longe”

Os dias passavam e Ellie sentia constantes  dores de cabeça até que um dia, a garota estava fora de casa, a dor era tão insuportável que ela desmaia, sua cabeça indo em direção ao chão. Ela acorda em sala de hospital com um rapaz que ela nunca vira, mas, para o rapaz, o rosto da garota era o mais familiar que ele já vira. O que Daniel reserva para os personagens depois dessa reviravolta? Qual será o desfecho para a estória de amor de Ellie e Tyler?

Eu acho a proposta de “Memórias de Ellie White” muito boa, para os padrões romance dramático, sim, uma estória com clichês em uma página e surpresas em outras páginas. Mas algo chegou a me incomodar, os diálogos. Ao passar das páginas, os diálogos são em poucas quantidades e poderiam ser mais complexos, expressarem mais as personalidades e emoções dos personagens. Os personagens que muitas vezes apresentam características reais, são colocados diante de situações complicadas e têm uma reação irreal, eles ficam menos reais, menos palpáveis. A repetição de nomes também chegou a me incomodar, por exemplo, cada frase o nome do personagem era usado e não substituído por um pronome.

Outro ponto que não posso deixar de comentar é sobre as memórias da Ellie, o livro não carrega esse título à  toa. Ao longo do livro a garota solta algumas de suas lembranças de infância, adolescência, são pensamentos aleatórios e simples, mas que dão um toque especial ao livro.

“A cada ano mudamos um pouco, somos chacoalhados pelos problemas e trocamos nossas folhas e frutos e, se o vento for muito forte, eis que digo que aquele que não estiver preparado com um tronco e uma raiz forte: será derrubado.”

O livro, em sua primeira edição, veio acrescentado de alguns erros ortográficos e de digitação. A diagramação não me agradou e complicou um pouco o ritmo da leitura.

No trabalho gráfico,  gostei da arte da capa e da qualidade das páginas, com uma textura porosa.

Em suma, “Memórias de Ellie White” é um livro que ainda pode ser muito amadurecido. Se não me engano, o autor tem 17 anos, então parabéns por com tão pouca idade escrever e publicar um livro, então o autor tem muito que amadurecer e acredito que seus escritos amadureçam com ele.